A caneta quase sem tinta,
A vontade a desaparecer.
Tenho vontade de ser nada,
Mas estou sem vontade de escrever.
Escrevo para não enlouquecer,
Deito-me para adormecer,
Mas o sonho só leva a esperança
De um dia voltar a ter.
Pois eu escrevo sem pudor.
Eu escrevo na ostentação
De uma vida de navegante -
O mundo na palma da mão.
Eu sinto-me a ostentar tanto
Que transformo um salmo num refrão.
Escrevo-o e deito no chão,
Escrevo e deito no chão.
Sinto o frio do azulejo
A queimar a solidão.
E eu já não sinto nada...
Eu já não sinto nada...
Eu já não sinto nada...
Eu já não sinto nada...
Eu já não sinto...
Eu já não... nada...
Eu já... nada...
by, Alberto L. J. Andrade
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