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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

História de Amor I - Parte 4

22 de Janeiro - Sexta-feira

O dia amanheceu trazendo, consigo, uma aurora de tristeza e Cláudia sentia que levantar-se e ir para a escola era uma sentença, pois teria de enfrentar André. Ela só desejava que nada tivesse acontecido, mas sempre que se lembrava daquele momento não conseguia evitar esboçar um leve sorriso.
Sem a menor vontade lá foi ela para a escola e para sua infelicidade, quando lá chegou, notou que André havia chegado primeiro que ela e no momento em que ele a viu, começou a correr na sua direcção, obviamente, enfurecido.
- Porque é que não apareceste ontem, como tínhamos combinado?
- A-a minha-a mãe ficou doente-te - Disse ela aos soluços.
- Ai foi? Eu liguei para tua casa e ela disse-me que já tinhas saído. - Disse André a gritar - Porque me andas a mentir?
- Não deu ok? Não falemos sobre isso agora... - Ripostou Cláudia, com o objectivo de encerrar o assunto.
- Sabes uma coisa? Começo a duvidar se devemos continuar juntos... - Esclareceu André, desiludido.
- Pois. O melhor é darmos um tempo. - Disse Cláudia, enquanto baixava a cabeça.
- Sim. Dar um tempo... - Concordou André, e, de seguida foi-se embora para casa.
- Não vais à aula? - Perguntou Cláudia. Ele não respondeu e então Cláudia entrou para a sala de aula.
Depois daquele longo dia de aulas, Cláudia foi para casa e pelo caminho ouviu alguém gritar por ela:
- Cláudia, espera aí.
- Já não fizeste o suficiente? Chegaste à cidade para estragar a minha vida. - Lamentou-se Cláudia enquanto tentava evitar Alberto.
- Não digas isso. Não consigo evitar isto! Acho que... - Disse Alberto sem conseguir acabar, pois Cláudia interrompeu-o:
- Não achas nada! Deixa-me em paz.
Alberto ficou, por momentos, parado a olhar para ela a ir embora sem olhar para trás, e quando ela já estava a dez metros dele, Alberto começou a correr, chegou-se perto dela, virou-a, beijou-a rapidamente e foi-se embora a andar calmamente para casa. Cláudia ficou a olhar para ele, mas, desta vez foi ele que não olhou para trás, então ela também continuou a andar para sua casa, pensando naquilo.

2 de Fevereiro - Terça-feira

Já tinham passado onze dias desde aquele dia fatídico e Cláudia já tinha percebido que ela e André não tinham mais volta. Sentia que ele tinha exagerado, mas ela também não tinha sido muito correcta. Não conseguia deixar de pensar em Alberto, dormia com ele no pensamento e acordava com ele no pensamento. Alberto estava sempre a tentar falar com ela, no entanto Cláudia estava sempre, que conseguia, a evita-lo. O que acabava sempre com um beijo.
Cláudia levantou-se para mais um dia de aulas. Mais um dia de sofrimento...
Quando Cláudia estava a ir para a escola, sentiu que alguém a vigiava, portanto começou a olhar para todos os lados e quando deu por si, Alberto estava mesmo à sua frente e sem que ela pudesse fazer algo ele agarrou-a e como já havia feito antes e levou-a dali.
Eles andaram mais que no dia em que ele a levou para o parque, mas Cláudia percebeu que ele a levava para sua casa e ela não conseguia evitar, pois sempre que ele a agarrava, ela perdia as forças. Quando eles pararam, ela reparou que estavam num edifício abandonado; de um só andar, que já nem tinha tecto. Era branco e assemelhava-se a um salão.
- Porque estamos aqui? - Perguntou Cláudia.
- Estamos num salão abandonado, perto da minha casa. - Disse Alberto, antes de responder. - Eu trouxe-te aqui, para podermos estar a sós.
- Estamos a faltar às aulas, sabes? - Relembrou Cláudia.
E ditas tais palavras, Alberto largou-a, abriu os braços e disse:
- Se queres assim tanto ir embora, então vai. Podes escolher...
- E-eu... Eu... - Disse Cláudia a tentar exprimir-se, mas sem êxito.
Então Alberto abraçou-a e disse:
- Ainda bem que escolheste ficar. Eu tenho mesmo de falar contigo. Eu acho que...
- Cala-te. Já estou farta disto tudo. Porque é que me fazes sofrer desta forma? - Disse Cláudia a chorar.
- Deixa-me falar por favor. Eu tenho de falar. - Pediu Alberto calando Cláudia - Eu amo-te! Não sei como é possível. Quase nem nos conhecemos, mas parece-me tão certo dizer-te que eu te amo e se depois destas palavras, decidires ficar, é porque me aceitas, se decidires que não me queres, vai-te embora.
Cláudia virou as costas para Alberto, sem hesitar, e começou a correr. Então Alberto sentou-se naquele chão sujo, encostou a cabeça no meio dos joelhos e começou a chorar baixinho, vendo as suas lágrimas caírem no chão. De repente alguém o empurrou para trás, deita-se em cima dele e começa a beija-lo.
- Afinal decidiste voltar foi? - Perguntou Alberto
- Cala-te, seu estúpido. - Disse Cláudia ainda a chorar. - Odeio-te!
- Eu também te amo. - Disse Alberto enquanto sorria, mesmo com as lágrimas a escorrer da sua cara, antes de continuar a beijar Cláudia.

3 de Fevereiro - Quarta-feira

Diferente de à doze dias atrás, o crepúsculo, típico do Inverno, revelou-se trazendo alegria e Cláudia sentia essa alegria no coração. Ela aprontou-se mais rápido que o normal e saiu de casa. E para sua felicidade, lá estava Alberto à sua espera.
- Vamos? - Disse Alberto antes de agarrar a mão de Cláudia.
Quando chegaram à escola, como eles já esperavam, André olhou para eles e aos poucos foi-se vendo uma raiva nascer no rosto dele. Ele levantou-se, dirigiu-se a Alberto dizendo «Eu já sabia!» e sem remorsos, dirigiu um murro para a cara de Alberto, mas este desviou-se, agarrou a mão de André e disse, em tom de ameaça:
- Se voltares a fazer isso, ficas sem o braço.
Cláudia nem disse nada e foi para a aula, Alberto ficou a olhar para André enquanto entrava para a sala e André foi para casa, com um humor que se reflectia no andar.


Por:
Alberto Andrade

1 comentário:

Unknown disse...

"(...) - Cala-te, seu estúpido. - Disse Cláudia ainda a chorar. - Odeio-te!
- Eu também te amo. - Disse Alberto enquanto sorria, mesmo com as lágrimas a escorrer da sua cara, antes de continuar a beijar Cláudia. (...)

Que menino tão Sentimental que temos aqui *.*
xD

Outra coisa de salientar: mais um capitulo SEM sexo, parabens Alberto =)

Com este capitulo estou realmente entusiasmada com a história, como já deves ter notado, e claro, mal posso esperar pela próxima parte ;)

Continua Escritor =D

A tua Fã Nº 1