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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

História de Amor I - Parte 3

4 de Janeiro – Segunda-feira

Um grande dia, para André, amanheceu. Era o seu aniversário e portanto ele acordou felicíssimo, preparou-se para o primeiro dia de aulas do segundo período e foi quase que a correr para a escola. Quando lá chegou, viu toda a gente à volta de algo, então ele foi averiguar o que era e quando os seus amigos notaram a sua presença, seguiram-se muitos «Parabéns!», no entanto ele estava interessado em descobrir o motivo de tenta curiosidade. E lá estava. Um rapaz novo naquela escola: era mulato, tinha uma altura média e aparentava ter uns dezassete anos. Como não era nada de muito especial, André virou costas e perguntou por Cláudia.
- Estou aqui amor. - Disse ela, acenando.
André virou-se novamente e viu-a junto do novo rapaz. Ele chegou-se perto dela, puxou-a, levou-a para longe dos colegas e pelo caminho foi dizendo:
- Quem é aquele?
- É o Alberto! - Disse ela com alguma ansiedade.
- Uau. Já sabes o seu nome e tudo. - Disse André de forma ciumenta.
- Ele é bué fixe amor. Tens de conhece-lo. - Ripostou Cláudia.
- Pois sim. Amanhã, que hoje faço anos, sabias? - Perguntou André de forma sarcástica, mostrando um ar de angustiado.
- Eu sei bebé. Parabéns! - Desculpou-se Cláudia, enquanto o abraçava e preparava-se para beija-lo.
Ele larga-a, começa a andar às voltas e pergunta:
- Hoje vens lá a casa?
- Oh amor, o Alberto convidou-nos para uma festa na casa dele. Ele quer integrar-se, e tu nem queres fazer uma festa para comemorar o teu aniversário.
- Pára de trata-lo pelo nome. Quase nem o conheces! Eu não vou... - Disse André quase a gritar.
- Mas o que é que se passa contigo? Não queres ir é? Então não vás até acalmares. Só queres que vá à tua casa para me papares... Eh pá, nunca te vi assim e não estou a gostar nada. - Exclamou Cláudia entre o zangada e o triste ao mesmo tempo que lhe virava as costas e ia para a sala.
Depois de um dia de aulas, Cláudia foi para casa preparar-se para a festa que seria às nove horas da noite. Vestiu o mesmo tipo de roupa que levava usualmente para a escola, penteou-se e maquilhou-se. A seguir foi ver televisão à espera que chegasse a hora de sair.
Chegada a hora de ir para a festa, Cláudia saiu de casa e nesse mesmo instante, deu de caras com André.
- Afinal vieste.
- Pois. Mas só te vou lá levar. Ainda é um pouco longe daqui. - Disse André num tom de voz calmo.
- Não é assim tanto amor, mas obrigado. - Afirmou Cláudia, antes de beija-lo.
Tiveram de andar uns dois quilómetros até à casa de Alberto, mas lá chegaram e repararam que de fora parecia tudo bastante calmo.
- Bem, eu deixo-te aqui. - Relembrou André friamente.
- Não vais mesmo ficar pois não? Tu é que sabes. - Insistiu Cláudia com um aspecto triste.
Ditas as ultimas palavras, Cláudia tocou à campainha e uma das suas colegas abriu-lhe a porta, então ela despediu-se de André com um aceno e entrou. Lá dentro o ambiente era alegre, mas romântico. Havia muita comida e algumas bebidas. De repente apareceu Alberto e cumprimentou Cláudia sem pudor.
- Queres uma bebida? – Perguntou Alberto.
- Ainda não. Respondeu Cláudia enquanto olhava à volta.
- E dançar comigo? - Sugeriu Alberto.
- Eu não sei dançar muito bem sabes. - Desculpou-se Cláudia um pouco envergonhada.
- Eu também não. É apenas um motivo para conhecer-te melhor.
Seguido de tais palavras, ouviu-se um riso e uma voz vinda de algum lado, serpenteou:
- Ela tem namorado...
- Pois tenho, mas não há mal. Eu aceito dançar - Disse Cláudia num tom desafiador.
Alberto, entretanto, agarrou-se a ela e começaram os dois a dar pequenos passos de dança pouco elaborados.
- Nome completo, idade, cor favorita, comida favorita, perspectivas futuras? - Perguntou Alberto calmamente.
Cláudia surpreendida, responde:
Cláudia Branco, 15 anos, laranja, pizza, nenhumas. E tu?
- Alberto Andrade, 17 anos, azul, arroz com feijão e bife, convencer-te a sair comigo! - Disse Alberto enquanto sorria.
- Eu não caiu nessas jogadas. - Disse Cláudia também a sorrir. – E além disso tenho namorado.
- Pois. Veremos... - Declamou Alberto esboçando um ar desafiador.

5 de Janeiro - Terça-feira

- Então como foi a festa na casa do tal Al não sei quê? - Disse André aborrecido.
- Engraçada amor. Devias de ter ido... - Respondeu Cláudia
- Para a próxima. - Ripostou André enquanto revirava os olhos.
- Calem-se os dois aí atrás - Gritou a professora de matemática.
- Depois falamos melhor. - Encerrou André.

21 de Janeiro - Quinta-feira

Cláudia beijava-o como nunca havia beijado André. Dos seus lábios saiam faiscas e durante esse momento mágico, Alberto ia acariciando todas as partes intimas do corpo de Cláudia e... Cláudia acordou, era apenas um sonho, um bom sonho, mas uma traição. Ela simplesmente optou por levantar-se e ir lavar a cara. Não compreendia aquele sonho.
Durante todo o dia, Cláudia esteve com a mente em branco, por causa do sonho e não prestava atenção a nada nem a ninguém.
No fim do dia, André, que procurou evita-la o dia todo, chegou-se perto dela e relembrou-lhe:
- Já sabes que hoje vais lá a casa amor.
- Sim eu sei amor. - Disse Cláudia ainda aérea e como se não tivesse notado a sua presença, foi para casa.
Quando chegou a altura de ir para a casa de André, Cláudia foi ver como estava ao espelho e saiu de casa, no entanto, quando o fez encontrou Alberto que perguntou-lhe:
- Bora sair agora?
- Agora não posso. Vou à casa do meu namorado. - Disse Cláudia a tentar fugir.
- Não vais nada. - Impediu-lhe Alberto, enquanto a puxava para que esta fosse onde ele desejava ir.
Quando Cláudia deu por si, estava no parque perto da sua casa e, pior, agarrada a Alberto, que insistiu em vir bem preparado, com uma roupa que realçava o seu corpo e um perfume bastante sedutor. Não foi nenhuma coincidência. Ela não conseguia ou não queria mexer-se. Mas, por mais surpreendente que fosse, o que lhe estava a interessar naquele momento era o facto de nunca ter notado na tal beleza que aquele parque possuía: tantas flores, tantas árvores, tanta alegria e até algumas rosas que ela nunca havia visto. E de súbito Alberto beija-a. O mundo parou. Ela estava a adorar o beijo, mas não lhe saia da cabeça o facto de ser traição e o facto de só conhecer Alberto à dezoito dias. Era estranha aquela situação, estranhamente diferente.


Por:
Alberto Andrade

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Crónica: Socialmente Lamarckista


Já faz algum tempo que eu não me aventuro no (belo) mundo das crónicas. Mas aqui está um fascinante trabalho, que envolveu muita pesquisa (ou apenas eu a tentar parecer inteligente, como faço (ou tento fazer) sempre.).

Hoje falarei sobre a teoria de Lamarck pela sua fascinante capacidade de suscitar em mim bastantes gargalhadas, mas antes de mais nada, reflictam:
A teoria deste grande(?) senhor não é de todo má. É até bastante lógica, mas
também tem lógica ser português e gostar do seu país... No entanto, o que mais me intriga, é a teoria (que é apenas uma parte especulativa da ciência) ser composta por duas leis (ou norma). Contudo é verdade que evoluímos... Antes matávamos para comer e agora comemos para matar; antes não tínhamos muito conhecimento, agora poluímos a atmosfera com ele.
Passando agora ao que interessa, falemos sobre a primeira lei (Lei do Uso e do Desuso), que afirma, no sentido mais básico, que se usarmos muito um órgão ele desenvolve e se não o usarmos ele atrofia e desaparece. Pára aqui! Isto é mentira! Eu tento usar o cérebro à anos e ele parece estar na mesma. E o que é que nós temos no Governo? Mortos-vivos? Como eles conseguem sobreviver sem cérebro? Enfim... Lamarck não percebia mesmo nada à cerca de batatas...
Agora falta-me apenas fazer chacota da ultima lei, portanto descansem... A Lei da Transmissão dos Caracteres Adquiridos (ou Características Adquiridas) é talvez (é de certeza, mas eu disse "talvez" para parecer mais intelectual) a lei mais engraçada, pois sustenta que todas as características que um certo individuo adquira em vida, será passada aos descendentes. Ora vamos lá a ver uma coisa:
Imagina que eu agora ficava sem o braço direito, enquanto brincava aos policias com o meu vizinho de trinta e quatro anos (que insistiria em brincar aos médicos a seguir). A partir desse dia, todas as minhas gerações futuras (começando pelo meu filho), nasceriam sem o braço direito.
Se a segunda lei de Lamarck fosse verdade, a humanidade seria constituída por aberrações (ou Primeiros-Ministros e Presidentes).
Ai a minha vida...


Por:
Alberto Andrade

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

História de Amor I - Parte 2

25 de Dezembro - Sexta-feira

Por fim chegou Dezembro. Mini-férias. E os dias nas vidas de André e de Cláudia pareciam passar muito depressa...
Foi num ápice que chegou o Natal e André teve a ideia de comprar uma almofada, com a forma de um coração, para aquela cujo seu coração foi roubado e guardado num cofre escondido.
André dirigiu-se a uma pequena loja, perto da sua casa e no momento em que lá entrou, sentiu todo aquele ambiente natalício invadir os seus olhos, e lá estava a tal almofada que ele almejava oferecer à sua amada. Agarrou na almofada, e levou-a ao local de pagamento, onde pediu, ansiosamente, que lhe embrulhassem a prenda.
Já em casa, André foi tomar um banho e vestir uma das suas melhores roupas: umas calças jeans e uma camisola branca, com riscas pretas na horizontal.
Depois de pronto, foi quase que a correr, em direcção à casa de Cláudia que ficava a oitocentos metros da sua casa.
Quando lá chegou, Cláudia estava à janela, evidentemente à espera da sua chegada, e disse:
- Entra amor!
- Abre-me a porta então, parvinha. - Respondeu André, tentando esconder o presente, toscamente.
No momento em que Cláudia abriu a porta, ele deu-lhe um beijo, apressado e entregou-lhe o presente, no entanto ela entrou em casa e chamou-o, para entrar também, sem abrir o presente.
- Abre-o amor! - Disse André, já no quarto de Cláudia. Ansioso por ver a reacção de dela.
- Espera... - Diz Cláudia preparando-se para o abrir. - Ai que lindo amor! - Disse ela no momento em que viu aquela almofada vermelha, com a forma de um coração e que dizia «Amo-te» em letras prateadas.
- Gostas bebé? Ainda bem! E a minha prenda? - Disse André, por gracejo.
- Está aqui. - Diz Cláudia mostrando um pequeno presente. - É uma pulseira que diz o meu nome. Eu também tenho uma a dizer o teu. Vou pô-la agora...
André abriu a prenda, pôs a pulseira e admirou-a enquanto esperava por Cláudia, e quando ela voltou ele abraçou-a e deu-lhe um beijo seguido de um "Amo-te", numa voz quente e amorosa.

31 de Dezembro - Quinta-feira

Após o primeiro Natal do casal, seguiu-se a primeira passagem de Ano juntos e os dois, tinham algumas expectativas sobre como seria...
- O que vamos fazer à meia-noite amor? - Diz Cláudia empolgada
- Queres ir à praia? - Responde André, com outra pergunta
- Pode ser! - Responde ela feliz. - Então vou para casa preparar-me tá?
- Ok, amor. - Disse André num tom, invulgarmente, pensativo. - São três horas e vinte da tarde, portanto encontramos-nos aqui, daqui a sete horas e quarenta minutos.
Ditas tais palavras, os dois, que se encontravam num parque situado entre as suas casas, foram para as respectivas casas, prepararem-se para a meia-noite.
No instante em que André chegou a casa, perguntou à mãe:
- Mãe, podes levar-me a mim e a minha namorada à praia d'Os Buzius?
- Sim, filho. São apenas dez minutos de viagem. - Respondeu Carolina, mãe de André. Uma senhora que ainda tinha uns aspecto jovem, apesar dos seus trinta e nove anos que ela tanto insistia em reduzir para trinta e seis. Era morena, ao contrário do filho, o que indiciava que André era parecido com o já falecido, num trágico acidente de carro, pai; era também alta para uma mulher e com aparência de festeira, apesar de ser apenas aparência.
O tempo que havia sido um amigo da onça, passou de repente a fazer aquilo que André tanto queria quando estava com Cláudia. Passar mais lentamente... Mas já estava quase na hora e André levou vestido uma roupa parecida com a que levou para a casa de Cláudia no Natal.
Quando André chegou no parque, teve uma bela visão de Cláudia com um vestido até aos joelhos, muito simples, mas de um azul encantador. André sorriu, dirigiu-se até Cláudia, beijou-a e pediu que entrasse no carro.
- Não falámos sobre isso, mas eu trouxe passas. - Disse Cláudia, como se estivesse envergonhada. Possivelmente pela presença de sua sogra.
- Eu trouxe champanhe. Achei adequado. - Disse André a sorrir.
Chegados ao local destinado, saíram do carro e constataram que não haviam muitas pessoas na praia, o que não era assim tão mau, tendo em conta os olhares trocados pelos dois. Viram a mãe de André partir, andaram mais um pouco para perto do mar, sentaram-se, e André lembrou-se de súbito:
- Não trouxe copos amor!
- Não faz mal amor. - Disse Cláudia com um sorriso maroto.
Algo estava prestes a acontecer... Um momento em que a paixão começa a escaldar e é necessário fazer algo:
Cláudia aproximou-se de André, mas foi ele que tomou a iniciativa de beija-la.
André deitou Cláudia na areia e sem pudor, usou as suas mãos como um inspector dedicado ao trabalho, para percorrer o corpo dela, por debaixo do vestido.
André parou, olhou Cláudia nos olhos e percebeu que ela queria mesmo, então continuou... Como não queria ser visto, tirou apenas as cuecas de Cláudia e baixou as suas juntamente com as calças, e sem rodeios possuiu-a, mas desta vez sem sequer pensar nos possíveis espectadores, obviamente apreciadores daquele romance quase selvagem.
André procurou a sua satisfação e a da sua parceira até não aguentar mais, e até que num único suspiro os dois deram por terminado aquele momento de prazer num culminar de sensações.
O resto da noite, foi exclusivamente romântica. Com muito champanhe e passas cheias de desejos, por uma relação duradoura.


Por:
Alberto Andrade